Os rituais de beleza se espalham
pelo cotidiano da mulher. Cuidar da pele, das unhas, dos cabelos faz
parte do dia a dia da maioria das brasileiras. Não é à toa que, para
quase todas, se ver bonita e se sentir bonita são motivações a mais para
que elas invistam e gastem mais com produtos de beleza e procedimentos
estéticos.
Seja pela necessidade de
estar bem consigo mesma ou pela intenção de ficar sempre arrumada por
conta do trabalho, dependendo da classe que se encontram, as mulheres
brasileiras chegam a gastar em média 30% do seus rendimentos mensais com
serviços
e produtos ligados à beleza e estética. Muitas preferem nem fazer as
contas de quanto gastam por mês com produtos e serviços estéticos.
Contudo, uma coisa é certa, esse tipo de gasto não pode mais ser
considerado supérfluo.
Uma pesquisa recente realizada por uma grande marca nacional de cosméticos revelou dados interessantes sobre os hábitos de consumo das mulheres no que se refere aos cuidados que elas destinam a si mesmas.
A pesquisa foi realizada de acordo com um levantamento dos hábitos de compra
e cuidados de beleza e ouviu mais de 5 mil mulheres brasileiras. Dentro
desse levantamento foi detectado que, de tudo que se gasta com beleza e
produtos de higiene pessoal, 50% é destinado aos produtos para os
cabelos seguido dos gastos com perfumaria, que também tem uma parcela
representativa no mercado.
Dependendo da classe
social, as mulheres brasileiras gastam até cerca de 30% do que ganham
mensalmente com despesas oriundas dos cuidados com os fios. Esses cuidados são ainda maiores e a relação mais intensa quando se trata das mulheres nordestinas.
“Se ver bonita e se sentir
bonita são motivações para investir na beleza e para a maioria das
mulheres, o cabelo é um dos principais símbolos dessa condição. As
mulheres usam o próprio cabelo como uma forma de expressão feminina. As
mudanças nos fios ajudam a contar uma história de vida.
Quem nunca quis dar uma mudança na vida e começou isso com um corte
novo, uma nova tonalidade? Toda mulher já acompanhou uma nova fase de
sua vida com uma transformação nos cabelos”, conta Guilherme Cassolari,
cabeleireiro da empresa que coordenou a pesquisa.
“Tenho uma relação muito forte
com meus cabelos e, para ter uma ideia, nunca usei ele curto. Eu não me
vejo sem ter os cabelos bem compridos e adoro cuidar dele. Geralmente
recebo muitos elogios. Se fosse para mudar acredito que mexeria apenas
no tom, fazendo umas luzes, mechas ou ombré”, revela a estudante Bárbara
Spadethi, 18 anos. (M.R.)
Quando o assunto é gasto com
beleza a maioria das mulheres não economizam ou preferem nem pensar
muito no quesito despesa. Este é o caso da advogada Ana Beatriz
Cavalcante, 29 anos, que tem uma rotina semanal de cuidados estéticos.
“Toda semana é sagrado que irei
no salão fazer as unhas, escova, hidratação e um ou outro procedimento
como depilação e limpeza de pele. Pensando bem, e observando esses dados
que foram apresentados, realmente o meu maior gasto mensal é com o
cuidado e tratamento dos meus cabelos porque faço luzes e ser loira
requer cuidados mais frequentes”, revela.
Quando indagada sobre o que
gasta em uma simples ida ao salão a advogada conta que Em média gasta de
R$ 500 a R$ 650 reais por mês e que isso corresponde mais da metade aos
cuidados com os fios. “Fazendo as contas por baixo, uma ida ao salão
inclui R$ 30 da manicure, R$ 15 da lavagem com shampoo especial, R$ 45
de hidratação e mais R$ 35 da escova porque meu cabelo não é tão grande e
tem pouco volume. Acho melhor nem fazer as contas mais porque senão vou
ficar louca ”, declara de forma divertida.
É justamente refletida no hábito
de cuidados com a aparência que surge uma tendência registrada em todo o
país. É o aumento dos gastos dos brasileiros com beleza a principal
razão para o aumento do número de salões. Dados comprovam que as vendas
de cosméticos crescem anualmente aproximadamente 13% e que a indústria e
os gastos com salões de beleza subiram 7,5%. (M.R.)
Para quem já está acostumada aos
salões, o setor de beleza também tem oferecido novos mimos. Serviços
diferenciados, ambiente exclusivo, qualificação técnica dos
profissionais e a retenção de talentos passou a ser estratégico para a
fidelização da clientela.
“Eu digo com brincadeira para as
minhas clientes que tem muita mulher que é mais fiel ao cabeleiro e à
manicure do que ao próprio marido. Tirando o exagero, aqui no salão eu
observo isso, pois tenho clientes que esperavam o tempo que for para
fazer o cabelo ou a unha com aquela escovista ou manicure preferida. Por
conta disso, mudamos o sistema de revezamento por marcação de horário
com cada profissional. Agradou muito as clientes dessa forma”, revela.
Apostar na vaidade feminina
contribuiu para que o número de salões de beleza crescesse 78% em cinco
anos, de 309 mil, em 2005, para 550 mil, em 2010, segundo levantamento
da Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e
Beleza (Anabel).
Segundo dados do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de
empreendedores individuais formalizados já soma 1,5 milhão no país.
Desse total, os cabeleireiros ocupam o 2º lugar na lista das principais
ocupações, com 7,6% do total de registros - percentual inferior apenas
ao de empreendedores ligados ao comércio de vestuário e acessórios
(10,5%). Somados todos os cabeleireiros que aderiram ao programa de
empreendedor individual e os profissionais de atividades de estética e
beleza, o número passa de 146 mil empreendedores, correspondendo a quase
10% de todos os registros. (M.R.)
Via meionorte