A inteligência é definida
como a capacidade global do indivíduo de raciocinar e agir
no seu ambiente, no contexto social e cultural.
Inclui todas as habilidades da mente: percepção,
linguagem, memória, habilidade motora, capacidade de estimativa,
planejamento, raciocínio lógico-matemático.
Dessa forma, são muitas as competências intelectuais que
adquirimos ao longo da vida. Dentre elas:
- expressão e compreensão verbal;
- manuseio de objetos;
- flexibilidade de pensamento;
- criatividade;
- habilidade de calcular;
- formação de conceitos abstratos e de opinião;
- capacidade de indução e de inferência (capacidade
de deduzir);
- capacidade de estimativa;
- capacidade de julgamento;
- capacidade de atenção, percepção e memória.
Inteligência gera comportamentos inteligentes
Todas as capacidades que adquirimos desde a infância e adolescência
vão se aperfeiçoam ao longo da vida e seu ápice
ocorre na vida adulta. Por isso existe a tendência de se associar
sabedoria à velhice. Mas a inteligência muda ao longo da
vida e as mudanças que ocorrem nos comportamentos geram outros
comportamentos chamados de inteligentes. Ou seja, a capacidade
para desempenhar algo como controlar finanças, falar em público
e dirigir pode ser aperfeiçoada e gerar comportamentos cada vez
mais competentes.
Cada vivência do mesmo tipo de situação, leituras,
conversas e desafios experenciados são atualizados e ou
reformulados a todo o momento, o que implica o crescimento de nosso conhecimento
em relação ao mundo e em relação aos conhecimentos
procedurais (agir em situações particulares), etc. Por isso,
a inteligência é uma construção. O mundo não
nos é dado pronto e acabado, construímos o nosso mundo.
E essa construção sofre influência das nossas convicções,
crenças, atitudes diante da situação, bem como de
todos os nossos conhecimentos prévios armazenados e é por
isso que envolve a memória.
Portanto, boa parte do conhecimento aprendido ou aprimorado pode ocorrer
de forma inconsciente.
Os comportamentos inteligentes são expressos de várias formas.
Desempenhos intelectuais são formas particulares e preferidas de
processar informações, mas vão além de processá-las.
São nossos esquemas mentais ou modelos mentais, também chamados
modelos cognitivos, scripts mentais, estratégias e competências
que se traduzem em inúmeras inteligências.
Oito tipos de inteligência:
1º) Inteligência prática
Envolve as competências para atividades do dia a dia, que permite
a pessoa viver de forma independente. Refere-se às atividades que
são na maioria das vezes orientadas às metas pessoais, ou
seja, a atividade tem um objetivo, um propósito, como por exemplo,
aprender um curso de artesanato, uma dança.
2º) Inteligência criativa
Refere-se à atividade inventiva, à capacidade do indivíduo
criar algo que não existe para sua sobrevivência, significa
ter um pensamento original. A criatividade se exprime de diferentes maneiras
e uma das mais importantes na etapa adulta, é a capacidade de dar
diferentes respostas perante as situações da vida. Significa
saber lidar de forma criativa com adversidades, situações
desafiadoras, etc.
3º) Inteligência tecnológica
Compreende a utilização de ferramentas para usar no seu
ambiente: computadores, celular...
4º) Inteligência reprodutiva
Significa saber lidar com esquemas sequenciais, com algarismos, habilidade
de lidar com tarefas numéricas.
5º) Inteligência emocional
Consiste em saber lidar com suas próprias emoções
e de outrem e saber orientar pensamentos e ações na vida
social, envolve empatia, autoconhecimento, automotivação
e autovalorização.
6º) Inteligência social
É ter a capacidade de conhecer e se ajustar às regras sociais;
saber como os comportamentos devem ser, internalizar normas e padrões
aceitáveis de uma dada cultura e se comportar de maneira adequada
em cada situação sociocultural. Significa cognição
social.
Pesquisadores afirmam que todas as habilidades intelectuais utilizam uma
capacidade intelectual geral, mas também recorrem a habilidades
especializadas. O uso dessas depende da tarefa intelectual proposta, como
por exemplo: tarefa numérica, controle de finanças, ministrar
uma aula, um seminário, etc.
Existem duas dessas habilidades especializadas que podemos mencionar:
7ª) Inteligência fluída
É a capacidade da pessoa resolver problemas, sobretudo problemas
novos. Inclui o raciocínio lógico e a formação
de conceitos. Essa capacidade de resolver problemas não necessitam
de instruções e de fatores socioculturais. Na maioria das
vezes, seu funcionamento é influenciado por mecanismos biológicos
e que independem de educação formal.
8ª) Inteligência cristalizada
Envolve conhecimentos que a pessoa adquiriu durante a vida por meio de
sua experiência e história de vida. Aproxima do que geralmente
chamamos de “sabedoria”. São as ações
e capacidades de resolver problemas práticos por meio de experiências
que se cristalizam e formam modelos cognitivos, modelos de conhecimentos
que ajudam a atuar em diversas atividades. Diz
respeito às competências que podem ser transmitidas de geração
a geração. Portanto, podemos afirmar que sabedoria é
cultura em ação. A pessoa é capaz de resolver problemas
com base em experiências e conhecimentos existentes. Tanto problemas
de origem práticas ou morais.
A inteligência cristalizada é influenciada pelas questões
socioculturais e podem desenvolver-se com a idade e apresentar progressos.
É fruto das nossas práticas culturais. São formas
de pensamentos complexos e sofisticados que a pessoa aprimorou ao longo
da vida. Podemos chamar de sabedoria.
A sabedoria se desenvolve numa vida rica em estímulos e experiências
em associação com elementos motivacionais, sociais e de
personalidade. A inteligência cristalizada e a sabedoria dependem
da integração de funções biológicas
e de experiência sociocultural.
O aumento de “estoque” de conhecimento pode facilitar o desempenho
intelectual na vida adulta e na velhice. São essas as possiblidades
que a inteligência nos dá. De atuar no mundo de diferentes
maneiras utilizando o conhecimento para diversos fins e mudando e aprimorando
habilidades e sempre aprendendo algo novo. E a linguagem sendo uma forma
de ação no mundo, integrada com todas as outras capacidades
cognitivas, é a principal habilidade do ser humano, pois a linguagem
é uma ação conjunta, que nos permite a interação
e construção de sentidos e significados das nossas ações
no mundo.
A possibilidade de viver uma velhice normal, saudável e alcançar
sabedoria é descrita em termos de poder vivê-la bem. Consiste
em obter melhores resultados das capacidades que se tem.
Porém, envelhecer bem depende das chances do indivíduo
usufruir de condições adequadas de educação,
urbanização, habitação, saúde e trabalho
durante todo o seu curso de vida. É evidente que essa adequação
é relativa às estruturas e valores vigentes numa sociedade.
Portanto, mudanças no desenvolvimento intelectual na velhice podem
ocorrer de modo diferente para diferentes pessoas. Deve-se na medida do
possível dar continuidade no desenvolvimento de habilidades intelectuais,
recuperando os déficits, otimizando os talentos, aprendendo algo
novo e compensando capacidades para preservar o potencial de desenvolvimento
mental.
Assim, o que temos de mais precioso é a razão, a chave para
desvendar o mundo e para aprimorar a si mesmo. A mente humana é
um dom da vida. Suas possibilidades ao longo da vida são inúmeras,
sempre há tempo para aprender, criar, imaginar, ensinar, decidir,
experenciar, praticar atividades prazerosas, agir, cantar e acreditar.
E fazendo vários tipos de atividades você não se prenderá
a um tipo de raciocínio, se abra cada vez mais para novos talentos
e possibilidades da mente humana.