Quem conhece o “braço de ferro” – ou luta de braço – por imagens
caricatas, como a de Sylvester Stalone no filme “Falcão - O Campeão dos
Campeões” não deve imaginar que as mulheres também são protagonistas no
Mundial da modalidade. Em São Vicente, litoral de São Paulo, uma sueca
acabou chamando a atenção. Combinando longos cabelos loiros, olhos azuis
e traços delicados com bíceps avantajados e costas de nadadora, Sarah
Backman foi a lutadora mais assediada do primeiro dia de competição,
mesmo sem colocar a munheca para trabalhar.
Quem vê a troncuda musa não imagina que uma brincadeira de braço de
ferro foi responsável por mudar sua vida e seu físico. Com 1,73 m, ela
era gordinha e pesava cerca de 90 kg antes de começar a treinar. Hoje,
além de seis vezes campeã mundial – duas no adulto -, também trabalha
como personal trainer na Suécia, apesar de ter apenas 20 anos.
“Eu comecei a competir há seis anos, no meu colégio. Tinha uns 15 anos,
e foi só algo para me divertir, coisa de criança. Mas um professor viu e
me falou: ‘você deveria fazer luta de braço pra valer’. Então, eu
procurei um clube e passei a me desenvolver para competir seriamente”,
explicou ela, entre pedidos de fotos e autógrafos dos outros atletas do
evento.
Em clima de gincana, Brasil recebe Mundial de "braço de ferro" e tenta tirar estigma
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Você pode nunca ter ouvido falar no termo luta de braço. Mas com certeza está familiarizado com o que é o 'braço de ferro'. Este esporte que ainda traz consigo a imagem de uma competição de bar chega ao seu 34º Campeonato Mundial, e tem o Brasil como sede. A cidade paulista de São Vicente recebe o evento anual, que foi aberto nesta quinta-feira e vai até domingo. E, apesar do clima de gincana e até de uma roda de funk dos atletas para suportarem o atraso, tudo o que os competidores querem é mostrar que fazem um esporte de verdade.
Sarah não tem vergonha de dizer que na época, ela era “fortinha” de
outra maneira. “Eu era forte, mas não como hoje (risos). Eu era bastante
gorda, era enorme. Pesava 90 kg antes de treinar. Desde então, eu
emagreci e ganhei massa muscular. Hoje em dia trabalho como personal
trainer. Então, posso dizer que minha vida mudou completamente. Tudo por
conta da luta de braço.”
A lutadora sueca só compete no fim de semana, mas desfilou no Mundial
mostrando vaidade. Um piercing dourado em um dos dentes chamava a
atenção. O cuidado com a beleza – e a força – é notado também em seu
Twitter, com diversas fotos dela própria.
Sarah é tímida para falar disso e sequer quis mostrar os bíceps para
uma foto. Ainda assim, admitiu: “Eu adoro cuidar do meu visual. Por que
não faria isso, não é mesmo? Você só tem um corpo, então deve cuidar
dele”, defende a sueca.
De acordo com Sarah, a luta de braço é um esporte de alto nível em seu
país. Cerca de 700 lutadores competem em nível de seleção e algumas
disputas são transmitidas na TV. Ela diz que não sofre preconceito com a
modalidade escolhida, mas conta que o choque é normal quando conta o
que faz.
“As pessoas ficam surpresas que posso ser uma garota e praticar um
esporte desses, considerado machista. Mas não sinto preconceito, ninguém
vem me falar que é algo de bar. As pessoas não conhecem o esporte, mas
quando descobrem que é profissional, acham demais.”
Pela primeira vez no Brasil, a musa aprovou o país e até aproveitou
para ir à praia. No entanto, achou apenas “ok” a trilha sonora de parte
do Mundial, com funk e sertanejo. Ela é mais fã de rock, trilha que
domina a programação na hora em que a competição começa, com bons
dinossauros como Black Sabbath, AC/DC e Deep Purple nas caixas de som.
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