Hipersexualidade é doença e é mais comum em homens.
Que
o sexo faz bem à saúde e aumenta a intimidade entre o casal não é
nenhuma novidade. Quanto à frequência, ainda que seja diferente entre os
pares, também não torna ninguém mais experiente no assunto. Mas então,
qual o limite entre o normal e a hipersexualidade, a dependência sexual
vista como uma doença entre os especialistas?
Para
entender a diferença, o psicoterapeuta sexual e diretor do Instituto
Sexual Paulista, Dr. Oswaldo Rodrigues Jr., explica: “O sexo em si não é
o problema, e sim deixar de dedicar-se às outras áreas necessárias para
manter a saúde geral e psicológica, como o afastamento de contexto
familiar, a ausência de vivência religiosa, a diminuição extrema dos
contatos sociais, a falta de atividades físicas regulares, e quando o
sujeito permite que as atividades sexuais se sobreponham ao trabalho,
prejudicando-o”.
A
hipersexualidade é baseada na manifestação de uma pessoa na direção do
coito mais intenso, permanente, e qualquer hábito relacionado ao sexo,
masturbação, fantasias com conteúdo erótico e explícito, pensamento,
sonho e dedicação extrema ao assunto caracterizam o dependente. Na
grande maioria dos casos, os homens são os que mais procuram ajuda para o
problema e assumem transar com um elevado número de parceiras. Em
geral, a dependência se intensifica ao longo dos anos, tendo início na
fase adulta.
Comumente,
este paciente estará exposto a alguns riscos tanto físicos quanto
psicológicos. A transmissão das Doenças Sexualmente Transmissíveis,
DST`s, é a consequência mais observada entre os portadores, visto que a
prevenção e proteção dessas doenças são esquecidas durante o frenético
momento em que o sujeito pensa apenas no sexo e em mais nada. O grau de
ansiedade e do estresse também aumenta, levando à frustração e ao desejo
mais notório do ato.
“A
situação doentia envolve sofrimentos e falta de controle sobre seu
comportamento. Geralmente a causa da hipersexualidade está relacionada à
falta de mecanismos adaptativos com os quais as pessoas se defendem de
algumas situações de adversidade na vida, encontrando no sexo excessivo
uma maneira de aliviar sua insatisfação”, revela o psicoterapeuta.
Para
que os viciados não vejam o sexo como a única fonte de prazer da vida,
existe o tratamento baseado na terapia cognitivo-comportamental, que é
longo e, geralmente, feito duas vezes por semana nos centros de
tratamento, em que o paciente relata suas experiências e a maneira como
se sente em relação à doença. Segundo o Dr. Oswaldo Rodrigues Jr. , não
há como evitar o surgimento deste comportamento, mas o essencial é que o
indivíduo busque ajuda quando perceber que o sexo domina sua vida.
Internet é vilã?
A
fácil interação entre os usuários da web permite que pessoas
desconhecidas sejam amigas em sites de relacionamento ou programas de
conversação instantânea. A busca pelo prazer por meio da internet
facilita o hipersexual no sentido de interagir com o maior número de
parceiras e procurar uma diferente a cada dia para que seu apetite
sexual seja completo. No entanto, o Dr. Oswaldo Rodrigues Jr. salienta
que, mesmo antes da tecnologia, a conduta existia. “Muitos já agiam
desta maneira há milênios”.
Hipersexualidade no Brasil
Não
há um estudo oficial relatando a porcentagem de brasileiros que sofrem
com a doença, mas a boa notícia é que o problema tem cura. O viciado não
deixará de fazer sexo, mas aprenderá a controlar esse súbito desejo,
desenvolvendo outras atividades que tragam novamente o prazer de viver
sem que o sexo seja o personagem central de seu mundo. O acompanhemento
profissional visa minimizar o drama dos pacientes e traz novas opções
para melhorar a qualidade física, mental e social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
SEJA BEM VINDOS.