quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Teste com 8 marcas mais vendidas de vinho rosé revela defeitos graves em 4 deles

Refrescantes, os vinhos rosés são uma boa opção para os dias quentes do verão. No entanto, os rótulos mais consumidos pelos paulistanos estão longe da excelência.
Quatro das oito marcas de rosé mais vendidas em quatro supermercados de São Paulo têm baixa qualidade. Numa escala de 0 a 5, dois vinhos receberam a nota intermediária (2,5) e apenas dois a ultrapassaram, ou seja, foram bem avaliados.
Essa é a conclusão de uma degustação às cegas organizada pela Folha.
As principais características negativas apontadas por cinco especialistas foram a falta de acidez e a presença desequilibrada de álcool, amargor e açúcar.
Eles observaram também que algumas bebidas remetem a sabores artificiais.
Para Jorge Lucki, colunista do jornal "Valor Econômico" e da revista "Prazeres da Mesa", é o caso do chileno Los Vascos, que lembra aroma artificial de morango.
Sommelière do restaurante paulistano D.O.M., Gabriela Monteleone identificou uma característica semelhante no português Lancers. Para ela, o rótulo "tem gosto e cheiro de Cebion [complemento de vitamina C] e aroma químico".
Além de Lucki e Monteleone, participaram da avaliação Gianni Tartari, sommelier do restaurante Emiliano; Mário Telles Jr., presidente da Associação Brasileira de Sommeliers; e Suzana Barelli, diretora de Redação da revista "Menu".

Editoria de arte/Folhapress
O VENCEDOR
De uma pequena vinícola em São Joaquim, no interior de Santa Catarina, nasceu o rosé Villa Francioni, o único vinho que não sofreu nenhuma crítica no teste promovido pela Folha, com média de 4,2 pontos, num total de 5.
Foi Manuel Dilor, um empresário do ramo de cerâmica, quem deu o primeiro impulso ao vinhedo de mesmo nome, em 2001, perseguindo um sonho antigo. Acompanhou a colheita e a produção de seus vinhos, mas morreu em 2004 e não teve chance de vê-los comercializados, dois anos depois.
E dessa primeira leva, surge a garrafa testada no mês passado que, segundo os especialistas, é um exemplar coerente ao estilo (rosé).
Não chega a empolgar, sugerem os jurados durante o teste. "É um vinho que eu tomaria em uma festa", diz Jorge Lucki. Para Mário Telles Jr., o vinho apresentou "boa acidez".
Gabriela Monteleone diz mais: "típico, leve e fresco". Já na avaliação de Suzana Barelli, o Villa Francioni 2011 é um "vinho gastronômico, equilibrado e frutado". Nas impressões de Gianni Tartari, mostra-se "elegante", com "cor da Provence".
Foi nessa região do sul da França, inclusive, que o vinho foi inspirado, segundo o enólogo da empresa, Orgalindo Bettu. "Ele é feito com oito diferentes castas, entre elas shiraz, pinot noir e cabernet franc. Sua cor se aproxima da da casca de cebola".

Avener Prado/Folhapress
Os jurados da degustação: Gabriela Monteleone, Gianni Tartari, Mário Telles Jr., Jorge Lucki e Suzana Barelli
Os jurados da degustação: Gabriela Monteleone, Gianni Tartari, Mário Telles Jr., Jorge Lucki e Suzana Barelli
COMO DEVE SER
Um bom rosé tem, em geral, aromas delicados, é leve e refrescante, por não ter elevada quantidade de tanino, substância presente na casca da uva, que dá cor aos vinhos.
Sua cor é sempre mais clara do que a do vinho tinto: durante o processo de vinificação, o suco não fica em contato tão prolongado com a casca da uva, como o tinto.
Vinhos do Novo Mundo tendem a ter tonalidade rosa escura, e os mais tradicionais, sobretudo os da região francesa da Provence, lembram a cor da casca de cebola.
A harmonização pode ser um grande trunfo desse vinho, por sua versatilidade. Ele combina com peixes e frutos do mar e com a cozinha tailandesa, mais intensa.
O QUE DIZEM OS PRODUTORES
Os produtores dos vinhos que tiveram avaliação negativa, com nota abaixo de 2,5, foram ouvidos pela Folha.
Na prova do Lancers, por exemplo, foram identificados amargor, aroma e sabor de ácido ascórbico. Segundo a empresa portuguesa José Maria da Fonseca, responsável pela bebida, "os engarrafamentos passam por provadores e nunca tais aromas foram detectados".
No caso do Quinta da Romaneira 2011, surgem nas avaliações taninos incompatíveis com a categoria, desequilíbrio e excesso de álcool.
"O comentário sobre o álcool em excesso é particularmente inapropriado porque o teor alcoólico desse vinho é de 12,5%, muito abaixo dos encontrados na maioria dos rosés do Douro", diz a vinícola Quinta da Romaneira.
Já o grupo Pão de Açúcar, dono da marca Club des Sommeliers, afirmou, diante das críticas, que "todos os rótulos são escolhidos criteriosamente por uma equipe de sommeliers que realiza diversos testes no produto".
Na avaliação da Folha, os especialistas identificaram amargor, álcool em excesso, presença de dióxido de enxofre (SO2) e acidez artificial.
Acidez também foi um problema apontado no Los Vascos 2012. Para os jurados, aparece exagerada e artificial.
"A safra 2012 apresentou nível ligeiramente superior de acidez ao da safra 2011 do mesmo vinho. Quando avaliamos a coloração, os aromas e a concentração tânica, consideramos compatíveis com rosés chilenos produzidos majoritariamente com a uva cabernet sauvignon".

Editoria de Arte/Folhapress

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Gravidez ocorrida durante aviso prévio garante estabilidade, decide TST

A gravidez ocorrida durante o aviso prévio garante estabilidade provisória no emprego à trabalhadora, com o direito ao pagamento de salários e indenização, segundo decisão unânime da Terceira Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A turma julgou recurso de uma ex-funcionária que propôs ação trabalhista pedindo a reintegração ao emprego --e, consequentemente, pagamento dos salários maternidade.
A primeira instância não reconheceu a estabilidade por gravidez porque a concepção ocorreu após a rescisão contratual, conforme argumentou a empresa em sua defesa.
A trabalhadora recorreu ao TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região) e alegou, conforme comprovado em exames médicos, que a concepção ocorreu durante o aviso prévio --período que integra o tempo de serviço. O TRT negou o provimento ao recurso.
Ao apelar ao TST, a trabalhadora sustentou que o aviso prévio não significa o fim da relação empregatícia, "mas apenas a manifestação formal de uma vontade que se pretende concretizar adiante, razão por que o contrato de trabalho continua a emanar seus efeitos legais".
O ministro relator da Terceira Turma, Maurício Godinho Delgado, destacou que o TRT admitiu que a gravidez ocorreu no período de aviso prévio indenizado.
Ele considerou uma orientação jurisprudencial --de nº 82, da SDI-1 (Subseção de Dissídios Individuais I)-- do TST, que diz que a data de saída a ser anotada na carteira de trabalho deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado.
Seu voto foi acompanhado pelos demais ministros, dando ganho de causa à trabalhadora.

Confira receitas de sucos que ajudam a prolongar o bronzeado



A alimentação está entre as grandes – e mais saudáveis – aliadas quando o assunto é prolongar o bronzeado conseguido após aquelas férias na praia, ou dias de tranquilidade à beira da piscina, na varanda e onde mais seja possível esticar a toalha e pegar a tão desejada corzinha do verão.
Alimentos ricos em vitamina A e carotenoides são os que mais ajudam a manter a cor e podem ser encontrados nos triviais mamão, abóbora, cenoura e tomate. Mas, segundo a técnica de nutrição e dietética Fernanda Assef, do Senac de São Paulo, há muitas outras opções que, quando misturadas, podem, além de ajudar a prolongar o bronzeado, ter ações antioxidante, antiestresse e até ajudar na limpeza das glândulas linfáticas.

"Frutas como maçã, framboesa, morango e maracujá podem ser trituradas com água de coco, mel e verduras. Agrião e salsão funcionam bem como agentes detox, enquanto a folha de couve é bem rica em vitamina A e carotenoides", explica a profissional.
Corredora, participante de meias-maratonas e diversas corridas, a nutricionista especialista em Fisiologia do Exercício e Nutrição Esportiva pela Escola Paulista de Medicina Vanessa de Abreu (www.topnutricao.com.br) também reforça o poder das frutas alaranjadas ou avermelhadas citadas, ricas em betacaroteno, substância que ajuda a deixar a pele dourada e a protegê-la contra raios UVA e UVB. "Coloco em algumas receitas o gengibre, limão e água de coco por serem refrescantes e combinarem com o calor do verão".
Formada em nutrição pela Universidade Jorge Amado, em Salvador, Bahia, Mariana Daltro tem na ponta da língua uma lista infalível para sua clientela que, exigente com o corpo bronzeado, sempre pede dicas de como aprimorar o tom do verão por meio dos alimentos. "Incluo a beterraba, que é rica em ferro e açúcares benéficos. O resultado é levemente energético e nutritivo."

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mega-Sena pode pagar R$ 2 milhões neste sábado Comente



O concurso 1.469 da Mega-Sena, que será sorteado neste sábado (16), pode pagar um prêmio de R$ 2 milhões para o apostador que acertar as seis dezenas, segundo a Caixa Econômica Federal.
Se apenas uma pessoa ganhar, poderá comprar uma frota de 80 carros populares ou 10 casas, no valor de R$ 200 mil cada. Mas se quiser investir, aplicando em poupança, receberá mensalmente mais de R$ 8.000 em rendimentos.

Mais loterias

Na quarta-feira (13), um apostador de Volta Redonda (RJ) acertou as seis dezenas do concurso e levou R$ 1,5 milhão. Os números que saíram foram: 01 - 02 - 10 - 19 - 20 - 37.
Outros 179 apostadores acertaram a quina e levaram R$ 4.677,95 cada. E mais 6.493 acertaram a quadra e levaram R$ 184,23 cada.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica da Caixa. O valor da aposta mínima, com seis números, é de R$ 2.

Vaticano diz que conclave pode começar antes de 15 de março



O Vaticano disse neste sábado que o conclave que escolherá o sucessor do papa Bento 16 começará antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que as regras da Igreja definem que a data dos conclaves pode ser "interpretada" diferentemente desta vez, já que se trata de uma circunstância extraordinária, após a histórica renúncia de Bento 16. Ele afirmou anteriormente que o conclave começaria entre 15 e 20 de março, de acordo com as regras existentes. Mas, neste sábado, ele disse que os acontecimentos podem ocorrer mais rapidamente, já que a Igreja está lidando com uma renúncia anunciada previamente, e não com uma súbita morte do pontífice.

ENTENDA O PROCESSO SUCESSÓRIO DO PAPA

Quando o chefe da Igreja Católica renuncia a sua função ou morre, seu sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento 16. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 117 cardeais aptos a votar no conclave.

Para poder votar na escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.
O conclave que escolherá o sucessor de Bento 16 terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto e que podem ser eleitos pontífices.
O arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos quando começar o processo de escolha do novo papa, marcado para a segunda metade de março. Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completa (completou) 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.
Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro.

A fidelidade não é natural

 

 

Comentando o “Se eu fosse você”

A questão da semana é o caso do homem que sente tesão por outros homens, mas seu namorado exige exclusividade. Esse é um conflito que ocorre com frequência. Apesar de todos os ensinamentos que recebemos desde que nascemos – família, escola, amigos, religião – nos estimularem a investir nossa energia sexual em uma única pessoa, a prática é bem diferente. Uma porcentagem significativa de homens e mulheres casados, ou numa relação estável, compartilha seu tempo e seu prazer com outros parceiros.
A antropóloga americana Helen Fisher conclui que nossa tendência para as ligações extraconjugais parece ser o triunfo da natureza sobre a cultura. “Dezenas de estudos etnográficos, sem mencionar inúmeras obras de história e de ficção, são testemunhos da prevalência das atividades sexuais extraconjugais entre homens e mulheres do mundo inteiro. Embora os seres humanos flertem, apaixonem-se e se casem, eles também tendem a ser sexualmente infiéis a seus cônjuges.”
O professor de ciências sociais Elías Schweber, da Universidade Nacional Autônoma do México, reforça essa ideia. “Na infidelidade influem fatores psicológicos, culturais e genéticos que nos levam a afastar a ideia romântica da exclusividade sexual. Não existe nenhum tipo de evidência biológica ou antropológica na qual a monogamia é ‘natural’ ou ‘normal’ no comportamento dos seres humanos. Ao contrário, existe evidência suficiente na qual se demonstra que as pessoas tendem a ter múltiplos parceiros sexuais.”
Um dos pressupostos mais universalmente aceitos em nossa sociedade é o de que o casal monogâmico é a única estrutura válida de relacionamento sexual humano, sendo tão superior que não necessita ser questionado. Na verdade, nossa cultura coloca tanta ênfase nisso, que uma discussão séria sobre o assunto dos relacionamentos alternativos é muito rara.
Entretanto, as sociedades que adotam a monogamia têm dificuldades em comprovar que ela funciona. Ao contrário, parece haver grandes evidências, expressas pelas altas taxas de relações extraconjugais, de que a monogamia não funciona muito bem para os ocidentais. O argumento de que o ser humano é “predestinado” à monogamia é difícil de sustentar.
Portanto, uma vez que nós humanos nos damos tão mal com a monogamia, outras estruturas de relacionamento livremente escolhidas também devem ser consideradas. E para não haver mágoas e culpas é fundamental que a nossa visão do amor e do sexo seja passada claramente para o outro desde o início do relacionamento.

Teoria de que mulheres preferem os cafajestes tem fundamento



 Estudo da Universidade do Texas diz que, durante a ovulação, a mulher sente mais atração por cafajestes

Qual mulher nunca se apaixonou por um homem bonitão, sexy, esbanjando autoconfiança, atraente, mas... um verdadeiro cafajeste? Ou não falou, em vão, repetidas vezes para a amiga terminar logo com aquele garanhão? E qual homem nunca se perguntou por que diabos foi trocado por aquele cara que claramente não quer nada a sério com a mulher de seus sonhos?
A pergunta que paira sobre todas essas situações é: as mulheres preferem os cafajestes? Para tentar respondê-la, a professora da Universidade do Texas (EUA) Kristina Durante fez três estudos com mulheres de 18 a 45 anos, durante o período de ovulação delas. A conclusão foi publicada neste ano com o título "Ovulation Leads Women to Perceive Sexy Cads as Good Dads ("Ovulação leva as mulheres a perceberem homens sexy e cafajestes como bons pais", em tradução livre). 

O resultado surpreendeu até a pós-doutora em psicologia social: todas essas mulheres, independentemente da idade, se sentiram mais atraídas aos homens "cafajestes" durante a ovulação e atribuíram a eles características de bons pais e parceiros estáveis para toda a vida.

A pesquisa também concluiu que, quando se tratava de enxergar os mesmos cafajestes com outras mulheres, a história era outra: as entrevistadas voltavam a vê-los como aventureiros a se evitar. Para piorar a situação dos homens que valorizam a fidelidade e querem ser maridos e pais, a ovulação não causou a mesma mudança nas mulheres em relação a eles.

Culpa da evolução

 
O que explica a mudança no comportamento durante a ovulação é a genética e a evolução. Segundo Kristina, as características dos cafajestes são ligadas a altos níveis de testosterona, sistema imunológico mais eficaz e, portanto, condições genéticas melhores. "A interpretação para isso é que somos mais atraídas por esses homens porque podemos passar seus bons genes aos nossos filhos. Em centenas de milhares de anos atrás, nossas crianças, se tinham esses sistemas imunológicos mais eficazes, tinham mais probabilidades de sobreviver nas condições ambientais dos nossos ancestrais", explica a pesquisadora em entrevista ao UOL.
 
A pesquisa considerou apenas as mulheres no período de ovulação, excluindo, portanto, meninas que ainda não entraram na puberdade, que usam métodos contraceptivos que inibem produção de hormônio ou mulheres que passaram da menopausa. Kristina acredita que quando as mulheres não estão ovulando têm uma visão mais realista dos cafajestes.
 

Mais jovens, mais vulneráveis
 

As mulheres com mais hormônio estrogênio tendem a cair mais facilmente na lábia dos cafajestes, de acordo com Kristina. "Então, se pensarmos nos níveis de estrogênio ao longo da vida, mulheres que são mais férteis, com 20 e poucos anos de idade, mais provavelmente se iludiriam com os cafajestes e sexy. Provavelmente, as mais jovens mostrariam mais esse efeito do que as mais velhas", diz.
 
E a pesquisadora revela que já foi "vítima" dos hormônios na juventude (e que a experiência pessoal foi um dos fatores que motivaram sua linha de estudo). "Eu já fui uma garota de 20 e poucos anos que esteve com garotos que provavelmente não seriam bons companheiros de longa data. Meus amigos e parentes deviam pensar ‘ele não é um cara legal’, mas quando eu estava junto do meu cafajeste sexy eu o percebia de forma diferente, através de lentes coloridas. Depois, olhando para trás, eu percebia que estava me iludindo".


Conflito entre o corpo e o cérebro

 
A pesquisadora acredita que o fato de todas as mulheres do estudo terem atribuído aos cafajestes características de bons pais indica um mecanismo criado por elas, sem se darem conta. Seria uma forma de justificar o conflito que sentem por saberem que estão lidando com um homem que não deveriam, mas serem impelidas a ter relações sexuais com ele.
 
"Quando você está ovulando, se sente mais atraída por canalhas, mas, por saber que eles não são do tipo estável, e para se sentir melhor, você pensa que talvez, apenas com você, as coisas sejam diferentes e ele poderia se tornar um bom marido, um bom pai. É uma maneira de  reduzir a ansiedade que sentimos por estarmos atraídas por eles. Pensamos: ‘ele pode não ser tão ruim’".
 

Preferem ou não preferem?
 

Pensando no ponto de vista das mulheres brasileiras e dos "cafajestes nacionais", essa teoria é válida? Para Elko Perissinotti, psiquiatra e psicanalista que é vice-diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, as mulheres preferem, sim, esse tipo de homem, mas não sabem disso.
 
"É um saber não sabido, mas sendo executado (na fantasia, pelo menos), sobretudo ao sabor da ovulação ou de bebidas alcoólicas. Mas sabemos muito bem que esse é apenas um exercício de genética, hormônios e desejos, porque a cultura bloqueia isso pela lei moral e pela modificação parcial da mente. Assim, o que faríamos de fato é transformado em objeto de desejo", diz ele.
Já a antropóloga Mirian Goldenberg, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), pesquisadora do tema há 25 anos e autora do livro "Por que Homens e Mulheres Traem?", dentre outros, diz que as mulheres acabam ludibriadas pelas técnicas de sedução dos canalhas, mas que logo se dão conta do erro e pulam fora.
 
Segundo ela, esses homens são minoria –em sua pesquisa, algo em torno de 7%. E eles jamais se intitulam cafajestes. "Dizem que são poligâmicos por natureza e não podem trair o próprio desejo. Que precisam da sedução, da aventura, da conquista". O que os diferencia de outros homens, para a pesquisadora, é a capacidade de seduzir e dizer o que as mulheres querem ouvir.
 
No fim das contas, esse cafajeste é malvisto por mulheres e homens, acredita Mirian: "Ele simboliza para os outros homens o fracasso da arte da sedução. Porque se só o cafajeste consegue aquilo que as mulheres querem, a maioria se sente extremamente derrotada. E para as mulheres representa tudo o que ela não quer".
 

Insatisfação e traição

 
O segredo dos cafajestes, segundo Mirian, é ter aprendido precocemente o que as mulheres querem. Com isso, demonstram fidelidade e, às vezes, convencem que são até mais leais do que os outros homens. "As mulheres dizem que querem o homem fiel, em primeiro lugar, então elas jamais ficariam com um cafajeste se soubessem que ele é um".
 
Para Perissinotti, a explicação para o desprezo das mulheres pela poligamia é cultural. Ele acredita que o instinto primitivo das pessoas busca a preservação da espécie com os genes "fortes", através de "um macho forte e saudável", como atesta a pesquisa da Universidade do Texas.  Mas que, por causa da cultura e da sociedade atuais, os desejos animais são bloqueados. "Divórcios frequentes e aventuras extraconjugais mostram claramente que não podemos fugir completamente de nossa herança animal poligâmica".

feedburner do blog

Paginas mais visitadas