Você
já parou para pensar em quanto tempo passamos dormindo? Em média, uma
pessoa normal dorme praticamente 1/3 da sua vida. Mas engana-se quem
considera esse período como perdido. Dormir bem é essencial não apenas
para ficar acordado no dia seguinte, mas para manter-se saudável,
melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade. Nosso
desempenho físico e mental está diretamente ligado a uma boa noite de
sono.
MELHORE A QUALIDADE DO SEU SONO
O
efeito de uma madrugada em claro é semelhante ao de uma embriaguez
leve: a coordenação motora é prejudicada e a capacidade de raciocínio
fica comprometida.
“O sono é
uma necessidade de recuperação essencial ligada a todos os órgãos do
corpo. Funções como conservação de energia, metabolismo anabólico,
amadurecimento do sistema nervoso central, consolidação da memória e secreção hormonal são desempenhadas enquanto dormimos”, explica o neurologista Ricardo Alves.
Segundo
o neurologista, o sono é dividido em ciclos. As fases de sonolência e
de sono leve fazem parte do sono superficial, que são o primeiro e
segundo estágios.
Quando o sono se intensifica, a atividade elétrica cerebral fica mais
lenta. Esse é o terceiro estágio ou sono de ondas lentas, que representa
o instante do descanso cerebral e da reorganização da memória.
O climax dos processos acontece no sono REM (Rapid
Eye Moviment). É a fase em que sonhamos, em que ocorre o relaxamento
completo da musculatura do corpo. “O REM equivale a cerca de 25% do
nosso sono. Durante esse tempo, o corpo efetua a renovação de toda a
musculatura. O conteúdo aprendido durante o dia é processado e
armazenado na nossa memória”, explica Alves.
Para
o também neurologista Marcelo Ramos, as interferências ao sono podem
ser classificadas em externas e orgânicas. Como exemplos de
interferências externas ele citar os trabalhos noturnos ou turnos
rotativos, os eventuais problemas com fusos horários, as pessoas
chamadas de corujas, que possuem mais energia ao entardecer e as
chamadas de cotovias, que deitam-se muito cedo e dormem cada vez menos
com o passar do tempo. Para exemplificar interferências orgânicas Ramos
relaciona o ronco, a apneia, a insônia, a narcolepsia, o bruxismo e a
síndrome das pernas inquietas.
A
quantidade de sono é importante, mas vai depender de cada pessoa. Na
maioria dos casos, a população adulta precisa dormir de 6 a 8 horas por
noite. Mas evite dormir menos do que isso. Para se ter uma ideia da
importância do sono, a Universidade de Chicago, nos Estados Unidos,
realizou um estudo com 11 pessoas de idades entre 18 e 27 anos. Elas
foram impedidas de dormir mais de quatro horas durante seis dias. O
efeito foi assustador. No final do período, o funcionamento do organismo
delas era comparado ao de uma pessoa de 60 anos de idade. E os níveis
de insulina tornaram-se semelhantes aos dos portadores de diabetes. Em
pesquisas de laboratório, ratos usados como cobaias não aguentaram mais
de dez dias sem dormir. A consequência: morte por infecção generalizada.
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