O acompanhamento odontológico resolve o problema e melhora a aptidão ao esporte
Educador físico, fisioterapeuta, médicos. Não
são apenas esses os profissionais que devem dar suporte aos atletas. A
odontologia desportiva pode melhorar o rendimento dos atletas,
promovendo a saúde bucal e prevenindo possíveis lesões decorrentes de
atividades esportivas.
O Brasil será a sede das
próximas Copa do Mundo e Olimpíadas. Eventos deste porte atraem a
atenção e estimulam a prática esportiva em todo o país. Com isso, é
redobrada a importância, a garantia de que amadores e atletas
profissionais pratiquem sua modalidade com toda a segurança, usufruindo
dos benefícios que a odontologia pode proporcionar ao seu desempenho.
O tratamento do atleta
abrange diversas especialidades odontológicas. Para o odontopediatra e
para o ortodontista, é fundamental assegurar o crescimento saudável do
complexo maxilofacial, sendo, portanto, a infância e a adolescência, o
melhor momento para se detectar e intervir em problemas futuros.
Os prejuízos de respirar pela boca
O fator mais importante
para o desenvolvimento facial, maxilar e dentário apropriado, é a
respiração correta pelo nariz e não pela boca. A respiração bucal é
comum em condições onde a via nasal não está disponível seja por
obstrução real ou por hábito. Estas obstruções incluem alergias,
amígdalas aumentadas, adenóides aumentadas, septo desviado e outras.
Quando se respira pelo
nariz, os lábios estão em contato, e a língua se posiciona de encontro
ao céu da boca. Esta posição é boa pois a língua atua como o melhor
aparelho ortopédico e ortodôntico. A língua, em condições normais,
exerce uma força para fora, resistindo às forças dos músculos da
bochecha, que por sua vez exercem uma força para dentro, criando um
equilíbrio e mantendo a forma do arco. Com a respiração bucal crônica, a
língua cai para o assoalho e para de exercer força ideal para fora. As
forças dos músculos não encontram adversário e promovem um estreitamento
do arco superior, falta de espaço e consequente apinhamento (o popular
encavalamento) dos dentes.
Ademais, os respiradores
bucais crônicos também podem desenvolver alterações indesejáveis na face
como um queixo deslocado para trás, o que leva a um impacto negativo no
perfil, além de ronco e apneia do sono. Nas crianças, a respiração
bucal ainda esta associada à baixa oxigenação do cérebro com baixo
rendimento escolar e velocidade reduzida nas atividades intelectuais e
físicas.
"Um atleta que respira pela boca apresenta rendimento físico 20% menor se comparado ao que respira pelo nariz"
Um exemplo
Ronaldo Luiz Nazário de
Lima, o Ronaldinho, quando começou a praticar o futebol, jogava bem,
porém não corria, e possuía um condicionamento físico considerado muito
ruim. Mas para a sua sorte, o time possuía na comissão técnica um
dentista com visão esportiva. Ao conhecer o garoto e observar a sua
respiração bucal, ele tratou o problema, logo o menino mostrou todo o
seu potencial. Um atleta que respira pela boca apresenta rendimento
físico 20% menor se comparado ao que respira pelo nariz. Imagine então,
quantos fenômenos o esporte brasileiro pode estar perdendo a cada ano
devido a respiração bucal?
Outro exemplo é o campeão
olímpico Michael Phelps: o maior recordista mundial de medalhas
olímpicas de todos os tempos é um respirador bucal crônico. Possui face
longa, arcos estreitos, dentes apinhados e sorriso gengival. E ainda sim
consegue nadar daquele jeito. Como?
Um arco estreito, sorriso
gengival e dentes apinhados podem ser tratados em crianças e em adultos.
O arco é expandido para promover maior passagem de ar e permitir
alinhamentos dos dentes e a mandíbula pode ser avançada através de
aparelhos, evitando algumas vezes a cirurgia. O melhor é resolver o
quadro o quanto antes, se possível ainda na infância. O indivíduo não
nasce como respirador bucal, ele simplesmente, por algum problema passa a
respirar de maneira errada e quando não tratado, adquire
características faciais próprias. Se fosse dado a Michael Phelps a
oportunidade de respirar pelo nariz quando criança, a sua face com
certeza seria muito diferente da de hoje e ele poderia pular na água
alguns segundos após os outros nadadores que ainda sim ganharia o ouro.
Trata-se aqui de com certeza o maior atleta de todos os tempos, porque
mesmo estando em déficit físico em relação aos outros, ele supera as
adversidades e chega em primeiro lugar.
Tratando o problema
Para se evitar a respiração
bucal e os efeitos colaterais negativos, é recomendável, uma vez
detectada a respiração bucal, a qualquer idade, uma avaliação da criança
pelo ortodontista, que encaminhará quando necessário ao otorrino.
Observe seu filho à noite e repare se ele ronca, se baba no travesseiro e
se a boca está aberta. Alem disto lábios ressecados, gengiva inflamada,
mau hálito e dentes com bordas esbranquiçadas também são sinais
característicos.
Desenvolver e manter uma
respiração adequada são as bases do desenvolvimento facial adequado.
Respirar pelo nariz é o método mais eficiente e desejável de transferir
oxigênio aos órgãos vitais. Podemos viver sem comida por alguns dias,
sem água por algumas horas, mas sem oxigênio, só aguentamos por alguns
segundos. Oxigênio é o alimento vital e precisamos maximizar a maneira
como ele é transmitido ao corpo.
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