Perdoei uma traição mas me tornei uma pessoa neurótica; e agora?
Encarar a infidelidade nunca é fácil, pois entram em jogo fatores como
autoestima, confiança, cumplicidade e vida sexual e muito mais. É claro
que é possível superar o sofrimento inicial, perdoar e dar continuidade à
relação.
O problema é que, frequentemente, o perdão não faz com que a pessoa traída se esqueça por completo do ocorrido, e passa a esconder sentimentos de dúvida, ciúme e um medo terrível de que uma nova traição aconteça.
O problema é que, frequentemente, o perdão não faz com que a pessoa traída se esqueça por completo do ocorrido, e passa a esconder sentimentos de dúvida, ciúme e um medo terrível de que uma nova traição aconteça.
Essa paranoia oferece o risco de colocar a perder um relacionamento que
pode e vale a pena ser reconstruído. Para acabar com a insegurança –ou,
pelo menos, mantê-la em um nível saudável e menos dolorosos– , confira
três orientações básicas:
Perdoe de fato, não da boca pra fora
Segundo Thiago de Almeida, mestre pelo Departamento de Psicologia
Experimental do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São
Paulo), não são poucas as pessoas que tentam evitar os conflitos para
preservar a relação em momentos difíceis como uma traição."Há quem tente simplesmente colocar uma pedra sobre o assunto, em
vez de esmiuçá-lo, o que transforma o perdão em algo superficial. Por
fora, a pessoa quer mostrar que tudo está bem, mas internamente fica
analisando o tempo todo o comportamento do parceiro, em busca de pistas
sobre uma nova infidelidade", diz.
O psicólogo diz que quem foi traído e não consegue desculpar de verdade, em vez de gastar energia e se concentrar nos novos rumos do romance, começa a perseguir o outro, vasculhar suas coisas, seguir seus passos nas redes sociais. Por isso, discutir a relação é necessário para superar o problema. E isso não significa apontar os erros de cada um, mas assumir responsabilidades e novos comprometimentos.
O psicólogo diz que quem foi traído e não consegue desculpar de verdade, em vez de gastar energia e se concentrar nos novos rumos do romance, começa a perseguir o outro, vasculhar suas coisas, seguir seus passos nas redes sociais. Por isso, discutir a relação é necessário para superar o problema. E isso não significa apontar os erros de cada um, mas assumir responsabilidades e novos comprometimentos.
Não se apegue detalhes
Questionar alguns pontos sensíveis do relacionamento para tentar
elaborar ou até mesmo explicar a traição é uma coisa. Tentar descobrir
os detalhes, inclusive os mais sórdidos, sobre em que circunstâncias ela
aconteceu é outra bem diferente (e muito nociva). O que importa se o
sujeito que a fez perder a cabeça é careca e tatuado? Faz diferença
saber como é o carro da mulher com quem ele foi para a cama? Evite
alimentar ainda mais a paranoia.
"Pior ainda é forçar o traidor a contar os pormenores sobre as
relações sexuais que tiveram. Isso só serve para se machucar ainda mais,
e em um momento em que é preciso ser uma pessoa inteira para
reconstruir a autoestima e ter um olhar diferente sobre a relação",
conta a psicóloga Raquel Fernandes Marques. Ela afirma, ainda, que em
muitos casos o sexo só funcionou como uma válvula de escape, não como a
motivação principal para a infidelidade. "É claro que é preciso
conversar sobre o que houve, senão o tema vira tabu. Mas certas
particularidades não têm a ver com a história do casal, e é ela que
merece ser analisada", declara Raquel.
Dê um voto de confiança
Você perdoou a infidelidade, a convivência vai bem, seu parceiro
parece realmente arrependido, mas a insegurança volta e meia marca
presença na sua cabeça. Abra o jogo sobre seus sentimentos; afinal, o
diálogo sempre é o melhor caminho para solucionar qualquer crise na vida
de um casal. No entanto, não transforme as confissões em um mecanismo
de cobrança e de vingança.
"Agir dessa forma é condenar ao fracasso um relacionamento com chances de dar certo, de se restabelecer", afirma a terapeuta sexual e de casal Carmen Janssen. Por mais que doa, ela explica que é preciso ter consciência de que, se a traição aconteceu, é porque houve espaço para a entrada de uma terceira pessoa.
Assumir a parcela de responsabilidade sobre o que houve é sinal de maturidade e ajuda a enxergar o parceiro como ele de fato é, e não sob a visão distorcida da mágoa e da raiva. "E é necessário dar um voto de confiança, acreditar na palavra alheia. Afinal, vocês construíram uma história juntos. Em vez de se concentrar nos erros, que tal pensar nas coisas positivas do relacionamento e, assim, seguir mesmo em frente?", diz Carmen.
"Agir dessa forma é condenar ao fracasso um relacionamento com chances de dar certo, de se restabelecer", afirma a terapeuta sexual e de casal Carmen Janssen. Por mais que doa, ela explica que é preciso ter consciência de que, se a traição aconteceu, é porque houve espaço para a entrada de uma terceira pessoa.
Assumir a parcela de responsabilidade sobre o que houve é sinal de maturidade e ajuda a enxergar o parceiro como ele de fato é, e não sob a visão distorcida da mágoa e da raiva. "E é necessário dar um voto de confiança, acreditar na palavra alheia. Afinal, vocês construíram uma história juntos. Em vez de se concentrar nos erros, que tal pensar nas coisas positivas do relacionamento e, assim, seguir mesmo em frente?", diz Carmen.
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